terça-feira, 1 de setembro de 2020

Caverna de Platão

 


Aos 16 durante as aulas de filosofia na escola descobri o que era a alegoria de Platão. Comprei o livro num sebo depois da aula. Naquela época ainda existiam mais livrarias e menos farmácias no RJ. Eu me encantei, eu li e reli inúmeras vezes. Me identifiquei em cada letra, em cada vírgula...

Foi minha porta de entrada para a filosofia e a espiritualidade. Desde então não parei mais na minha busca, anos depois veio o Viva Sua Luz e agora retomo de novo. Tantas pessoas pediram para eu não parar..

Foi necessário, escrever é um dom, não faço por números, faço por inspiração. Sou serva da minha Alma, ela quem dita as palavras e os momentos de inspiração.

Cresci no interior, no meio do mato, acordava com os galos cantando, ia dormir com os pangarés caminhando na rua ...

Meu lar é a floresta, minha alma é a natureza. Não me encaixo na selva de pedra e seus habitantes androides. Provavelmente, se você é leitor deste blog segue a mesma linha de raciocínio.

Eu sumi por quase dez anos, mas vocês continuaram por aqui. Se não fosse a página do Facebook que escolheu posteriormente o mesmo nome do Viva Sua Luz, estaríamos há exatos nove anos no topo do Google sem investir um centavo em mídia paga ou SEO. Uma conquista no meio do mundo capitalista, uma proeza alcançada sem nenhuma pretensão, tudo graças a vocês que não deixaram de ler e reler minhas letras por aqui.

Espero do fundo do coração que estejam gostando deste novo formato, se não estiverem podem escrever nos comentários. Vocês sempre me escreviam comentários, gratidão.

Voltando para a caverna de Platão. Confesso que após 30 anos achei a luz, mas prefiro ficar na minha toca no meio da floresta. Não quero brilhar para o mundo, não quero a glória do mundo. Isso é maya, isso é ilusão e deselusão profunda.

Quero continuar conversando com vocês, isso me basta. Espero que este monólogo ajude vocês também.

Quando eu era criança eu era a imperatriz do meu mundo, os armários da cozinha eram meus castelos e reinos encantados. Eu reinava com os dragões, fadas, anjos, com Deus. Eu sentia Deus na minha alma quando eu era criança. No meu mundo eu tinha paz, no meu mundo não tinham guerras. Não sabíamos o que eram guerras. Só fomos descobrir quando deixei de ser criança. 

Agora aos 30 anos, voltei para lá nos álbuns de fotografia. Aquela menininha ainda vive em mim, ela ainda está lá reinando no seu reino encantado. Vejo ela quando vou para a floresta, quando me perco olhando a copa das árvores, imaginando se daqui há cinco anos (DIGO 5 e não 50 anos) ainda existirá a Amazônia e o Pantanal. 

Vamos todos continuar aplaudindo a destruição da Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica? Vamos todos continuar aplaudindo a destruição do Planeta? Todos da arquibancada bebendo champanhe enquanto a arena pega fogo...

Não sei o que fazer, gostaria de fazer algo, mas não sei como. Sou uma poeira cósmica no meio da imensidão deste vasto universo negro. Minha insignificância no meio do anonimato não tem voz para mudar o mundo. Os palhaços viraram reis, acho que o circo gosta deles, deixemos eles governarem o mundo ... vamos aplaudir a nossa destruição enquanto rimos de suas nobres palhaçadas.

Não creio que alguém vá ler isso até o final. Os poetas já estão fora de moda, as palavras perderam para as fotos, já se dizia que uma foto vale mais do que mil palavras, não é mesmo?

Acho que minha formação de jornalista vai entrar em extinção, os influencers vão receber os diplomas agora, todos preferem, se não fosse isso não haveria Instagram, não é mesmo?

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